Citações relacionadas
O momento ideal para comer é, para os ricos, quando têm vontade; para o pobre, quando tem o que comer.
citação de Luis Vélez de Guevara, tradução de Dan Costinas
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Sempre
Ao contrário de ti
não tenho ciúmes.
Vem com um homem
? s costas,
vem com cem homens nos teus cabelos,
vem com mil homens entre os seios e os pés,
vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo.
Trá-los todos
até onde te espero:
estaremos sempre sozinhos,
estaremos sempre tu e eu
sozinhos na terra
para começar a vida.
poema de Pablo Neruda in Os Versos do Capitão (1952)
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E é bonbon, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o Bebé deve escrever-me sempre, mesmo que não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguem gosta de mim, e tambem porque é que a havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao principio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ophelinha de um meliante de um cevado e eu gostava que a Bebé fôsse uma boneca minha, e eu fazia como uma crença, despia-a, e o papel acabava aqui mesmo, e isto parece impossivel de ser escripto por um ente humano, mas é escripto por mim
Fernando Pessoa in Terrivel Bebé (1929)
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Os maus pensamentos vêm do coração.
citação de Paul Valéry
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O sucesso vem como resultado do desenvolvimento de nosso potencial.
citação de John C. Maxwell
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O que vem fácil, vai fácil.
citação de Geoffrey Chaucer
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Em uma conversa, o que nos enriquece não é o que aprendemos, mas a elação que nos vem do contato instantâneo com elétricas correntes de pensamento.
citação de Agnes Repplier
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Bernardo: Quem está aí?
Francisco: Sou eu quem pergunta! Alto, e diz quem vem!
diálogo in Hamlet, Acto primeiro, Cena 1, roteiro de William Shakespeare (1599), tradução de Millôr Fernandes
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Luciana: Da liberdade os homens são senhores; o tempo é o mestre deles; vão e vêm, conforme o tempo o enseja.
diálogo in A Comédia dos Equívocos, Acto II, Cena 1, roteiro de William Shakespeare (1591), tradução de Celso Márcio Teixeira
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Cabana nos Bambus
Sentado sozinho, em meio aos bambus;
Toco minha cítara, e as notas reverberam.
No segredo da mata, ninguém pode ouvir;
Apenas a clara Lua, vem brilhar sobre mim.
poema de Wang Wei
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Silêncio
Há tanto silêncio em volta que me parece ouvir
nas janelas o golpe dos raios da Lua.
No meu peito despertou-se-me uma voz estranha
e uma canção dentro de mim canta uma saudade que não é minha.
Diz-se que antepassados, mortos antes do tempo,
com sangue ainda jovem nas veias,
com grandes paixões no sangue,
com Sol vivo nas suas paix es,
vêm,
vêm continuar a viver
em nós
a sua vida não vivida.
Há tanto silêncio em volta que me parece ouvir
nas janelas o golpe dos raios da Lua.
Oh, quem sabe, alma minha, em que peito tocarás
tu também, depois de séculos,
em cordas macias de silêncio,
em harpas de obscuridade - a saudade afogada
e o gozo de viver quebrado? Quem sabe? Quem sabe?
poema de Lucian Blaga, tradução de Micaela Ghiţescu
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A garganta de Mengcheng
Minha nova casa
na garganta de Mencheng
Onde velhas árvores
e salgueiros ainda resistem
E agora, quem nela vem morar,
quando eu for embora?
Ah, eu vão me preocupando
com coisas tão passageiras!
poema de Wang Wei, tradução de Sun Yuqi
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O criar uma agudeza e uma complexidade imediata às sensações as mais simples e fatais, conduz, eu disse, se a aumentar imoderadamente o gozo que sentir dá, também a elevar com despropósito o sofrimento que vem de sentir.
Fernando Pessoa in Livro do Desassossego
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Bernardo: A noite passada, á hora em que esta estrella que vêem ao poente do polo descreve o seu giro e vem illuminar esta parte do firmamento, em que ora brilha, no momento em que na torre soava uma hora, Marcello e eu...
diálogo in Hamlet, Acto primeiro, Cena 1, roteiro de William Shakespeare (1599), tradução de D. Luís I, Rei de Portugal
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I colocar vapor na mesa por ser um ator. É assim que eu vivo. Quanto mais tempo eu vivo, mais caro se torna. Então eu faço meu trabalho. E eu não posso ser imensamente exigente. Quantos belos scripts vêm em toda a vida? Eu tive mais do que ninguém, praticamente.
citação de Peter O'Toole
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Fúria nas Trevas o Vento
Fúria nas trevas o vento
Num grande som de alongar,
Não há no meu pensamento
Senão não poder parar.
Parece que a alma tem
Treva onde sopre a crescer
Uma loucura que vem
De querer compreender.
Raiva nas trevas o vento
Sem se poder libertar.
Estou preso ao meu pensamento
Como o vento preso ao ar.
poema de Fernando Pessoa
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Como a Noite é Longa!
Como a noite é longa!
Toda a noite é assim...
Senta-te, ama, perto
Do leito onde esperto.
Vem p’r’ao pé de mim...
Amei tanta coisa...
Hoje nada existe.
Aqui ao pé da cama
Canta-me, minha ama,
Uma canção triste.
Era uma princesa
Que amou... Já não sei...
Como estou esquecido!
Canta-me ao ouvido
E adormecerei...
Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?
Deixa-me dormir,
Dormir a sorrir
E seja isto o fim.
poema de Fernando Pessoa
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Leda e o Cisne
Súbito golpe: as grandes asas a bater
Sobre a virgem que oscila, a coxa acariciada
Por negros pés, a nuca, um bico a vem reter;
O peito inane sobre o peito, ei-la apresada.
Dedos incertos de terror, como empurrar
Das coxas bambas o emplumado resplendor?
Pode o corpo, sob esse impulso de brancor,
O coração estranho não sentir pulsar?
Um tremor nos quadris engendra incontinenti
A muralha destruída, o teto, a torre a arder
E Agamêmnon, o morto.
Capturada assim,
E pelo bruto sangue do ar sujeita, enfim
Ela assumiu-lhe a ciência junto com o poder,
Antes que a abandonasse o bico indiferente?
poema de William Butler Yeats, tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos
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Soneto I
Tornai, tornai, Senhor, ao Tejo undoso,
Vinde honrar-lhe outra vez a clara enchente,
E deixai que ajoelhe entre a mais gente
Hum protegido humilde, e respeitoso.
Não leva a vossos pés rogo teimoso
De importuno cansado pertendente;
Vem beijar-vos a mão humildemente,
A mão augusta que o fará ditoso.
Pois foi por Vós benignamente ouvido,
Não vai fazer em pertenções estudo,
Vai só mostrar-vos que he agradecido.
Ante Vós ajoelha humilde, e mudo:
Mostrai-lhe que inda he Vosso protegido;
Que se isto lhe ficou, ficou-lhe tudo.
poema de Nicolau Tolentino de Almeida in OBRAS POSTHUMAS DE NICOLÁO TOLENTINO DE ALMEIDA, Lisboa 1828
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