Soneto I
Tornai, tornai, Senhor, ao Tejo undoso,
Vinde honrar-lhe outra vez a clara enchente,
E deixai que ajoelhe entre a mais gente
Hum protegido humilde, e respeitoso.
Não leva a vossos pés rogo teimoso
De importuno cansado pertendente;
Vem beijar-vos a mão humildemente,
A mão augusta que o fará ditoso.
Pois foi por Vós benignamente ouvido,
Não vai fazer em pertenções estudo,
Vai só mostrar-vos que he agradecido.
Ante Vós ajoelha humilde, e mudo:
Mostrai-lhe que inda he Vosso protegido;
Que se isto lhe ficou, ficou-lhe tudo.
poema de Nicolau Tolentino de Almeida in OBRAS POSTHUMAS DE NICOLÁO TOLENTINO DE ALMEIDA, Lisboa 1828
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!