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Emily Brontë

Mas tenho quase todos aqueles volumes escritos na minha cabeça, impressos no coração; esses vocês não me podem roubar!

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Fernando Pessoa

Todos os meus escritos ficaram inacabados; sempre novos pensamentos se interpunham, associações de idéias extraordinárias e inexcluíveis, de término infinito... O Caráter da minha mente é tal que odeio os começos e os fins das coisas, porque são pontos definidos.

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William Butler Yeats

Os cisnes selvagens de Coole

Em sua outonal beleza estão as árvores,
Secas as veredas do bosque;
No crepúsculo de outubro as águas
Refletem um céu tranquilo;
Nessas transbordantes águas sobre as pedras
Banham-se cinquenta e nove cisnes.

Dezenove outonos se passaram desde que
Os contei pela primeira vez;
E, enquanto o fazia, vi
Que de repente todos se erguiam
E em largos círculos quebrados revolteavam
As clamorosas asas.

Contemplei esses seres resplandecentes,
E agora há uma ferida no meu coração.
Tudo mudou desde o dia em que ouvindo ao crepúsculo,
Pela primeira vez nesta costa,
A alta música dessas asas sobre a minha cabeça,
Com mais ligeiro passo caminhei.

Infatigáveis, amante com amante,
Movem-se nas frias
E fraternas correntes ou elevam-se nos ares;
Os seus corações não envelheceram;
Paixão ou conquista solicitam ainda
Seu incerto viajar.

Mas vagueiam agora pelas quietas águas,
Misteriosos, belo;
Entre que juncos edificarão sua morada,
Junto a que lago, junto a que charco,
Deliciarão o olhar do homem quando um dia eu despertar
E descobrir que voando se foram?

poema de William Butler Yeats, tradução de José Agostinho BaptistaReportar um problemaCitações relacionadas
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William Shakespeare

Hamlet: Todos estes signaes podem parecer dor; é um papel facil de representar, mas não são verdadeira dor, são como o fato para o comediante; mas eu sinto aqui, o que não ha palavras que o expressem.

diálogo in Hamlet, Acto primeiro, Cena 2, roteiro de William Shakespeare (1599), tradução de D. Luís I, Rei de PortugalReportar um problemaCitações relacionadas
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Fernando Pessoa

Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa.

Fernando Pessoa in A minha pátria é a língua portuguesaReportar um problemaCitações relacionadas
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E.E. Cummings

Carrego seu coração

Carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração
Nunca estou sem ele
Onde eu for, você vai, minha querida
Não temo o destino
Você é meu destino, meu doce
Não quero o mundo pois, beleza
Você é meu mundo, minha verdade
Eis o segredo que ninguem sabe
Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto
E o céu do céu
De uma arvore chamada vida
Que cresce mais do que a alma pode esperar
Ou a mente pode esconder
E esse é o prodigio
Que mantem as estrelas a distancia
Carrego seu coraçao comigo
Eu o carrego no meu coraçao.

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Mircea Eliade

Na tarde de 6 de Julho telefonou-me António Ferro para me anunciar que no dia seguinte ia ser recebido por Salazar às cinco da tarde. Como não encontrei um táxi, cheguei lá quase correndo. O porteiro do Palácio de São Bento perguntou-me para onde ia. "O Senhor Presidente", respondi. Ele mostrou-me a escada do fundo e disse: "Segundo andar, à direita". Assim se entra no gabinete do ditador português... Durante aqueles cinco minutos de espera engoli sem fôlego um copo de água. A minha garganta ficara tão seca que receio não poder falar.

Mircea Eliade in Memórias (1991)Reportar um problemaCitações relacionadas
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William Shakespeare

O Rei: A cabeça não é mais sympathica ao coração, a mão não é mais prompta em servir a bôca do que o throno de Dinamarca é dedicado a teu pae. Que desejas pois, Laerte?

diálogo in Hamlet, Acto primeiro, Cena 2, roteiro de William Shakespeare (1599), tradução de D. Luís I, Rei de PortugalReportar um problemaCitações relacionadas
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Whitney Houston

Quando você deixa o seu coração controlar sua cabeça, você está destinado a ter problemas.

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Bernard Baruch

A arte de viver bem não consiste em eliminar o que nos faz sofrer, mas crescer com esses problemas.

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Ivan Turgenev

Não compartilho da opinião de ninguém. Eu tenho a minha.

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Alfonso Garcia Robles

Convencer todos os poderes nucleares, incluindo aqueles que têm sido mais relutantes até agora, da necessidade de respeitar os "interesses vitais" de todos os povos e se tornarem plenamente conscientes da profunda verdade da seguinte conclusão que as Nações Unidas aprovadas pela Unanimity Quatro Anos atrás: "A humanidade é confrontada com uma escolha: devemos impedir a corrida armamentista e prosseguir para desarmamento ou aniquilação facial".

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Mark Twain

Meus livros são água; aqueles dos grandes gênios são vinho – e todos bebem água.

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Fernando Pessoa

Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.

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Saul Bellow

Quando estava na faculdade, li todos aqueles livros clínicos sobre o sexo: Havelock Ellis, Freud, Krafft-Ebing. Não é novidade para mim que os homens que se casam com mulheres bonitas são com freqüência alvo da suspeita do homossexualismo. Eles contam com suas mulheres para atrair admiradores.

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Saul Bellow

Quando estava na faculdade, li todos aqueles livros clínicos sobre o sexo: Havelock Ellis, Freud, Krafft-Ebing. Não é novidade para mim que os homens que se casam com mulheres bonitas são com freqüência alvo da suspeita do homossexualismo. Eles contam com suas mulheres para atrair admiradores.

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Tu podes, com certeza, conviver com os outros, mas nunca seres os outros. Eles podem ser muito bons, mas tu és sempre melhor porque és diferente e o único com as tuas características.

Agostinho da Silva in Os Três DragõesReportar um problemaCitações relacionadas
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A Wikipédia de Língua Portuguesa in Comunicado sobre vinte anos (11 maio 2021)Reportar um problemaCitações relacionadas
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Edgar Allan Poe

O Corvo

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.

Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigos, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
E a minhalma dessa sombra que no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!

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Pablo Neruda

Se você me esquecer

Eu quero que você saiba uma coisa.

Você sabe como, como é:
se eu olhar a lua de cristal,
os ramos rubros
do lento outono em minha janela,
se eu tocar perto do fogo
a implacável cinza,
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva a você,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos
que navegam
em direção às tuas ilhas que me esperam.

Bem, agora...
se pouco a pouco você deixar de me amar,
vou parar de te amar, pouco a pouco.

Se, de repente,
você me esquecer,
não olhe para mim,
pois eu já me esqueci de você.

Se você considera longo e louco,
o vento das bandeiras
que passa pela minha vida,
e você decide
me deixar na praia,
do coração em que tenho raízes,

Lembre-se...
que naquele dia,
àquela hora,
eu levantarei meus braços,
e minhas raízes partirão
a procurar outra terra.

Mas, se cada dia, cada hora,
você sente que você está destinado para mim,
com doçura implacável,
se a cada dia uma flor
sobe até seus lábios a me procurar,
Ah... Meu Amor, Ah Meu...
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada é extinguido ou esquecido,
Meu Amor se alimenta do seu Amor Amado,
e enquanto você viver,
estará em seus braços,
sem deixar os meus!

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Henry Fielding

Julgo razoável, leitor, antes de prosseguirmos juntos, explicar-te que pretendo fazer digressões no decurso de toda esta história sempre que me ensejar oportunidade, da qual sou melhor juiz do que qualquer lastimoso crítico que existia; e cumpre-me pedir aqui a todos esses críticos que tratem da sua vida, e não se metam em negócios ou obras que, de maneira nenhuma, lhes dizem respeito; pois, enquanto não apresentarem a autoridade por cuja virtude se constituíram juízes, não me sujeitarei ? sua jurisdição.

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