Balada das Damas dos Tempos Idos
Diga-me onde e em que país
Está Flora a bela romana.
Alcibíades nascida Tais
Que foi sua prima irmã;
Eco, falante quando um ruído se eleva
Sobre um regato ou lago.
E que teve uma beleza sobre-humana
Mas onde estão as neves de antanho?
Onde está a Heloísa mui sábia,
Por quem foi castrado,depois feito monge
Pedro Abelardo em Saint-Denis?
Do mesmo modo, onde está a rainha
Que ordenou que Buridan
Fosse jogado dentro de um saco no Sena
Mas onde estão as neves de antanho?
E Joana, a boa lorena,
Que ingleses queimaram em Ruão,
Onde estão, onde, Virgem soberana?
Mas onde estão as neves de antanho?
Príncipe, não conseguiríeis procurar uma semana
Onde elas estao, ou por todo este ano
Sem que eu o leve de volta a esse refrão
Mas onde estão as neves de antanho?
poema de François Villon in O Testamento (1461), tradução de Gilberto Pinheiro Passos
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em espanhol | Em romeno
Citações relacionadas
***
Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa,completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.
poema de Cecília Meireles
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em romeno
A soberba nunca desce de onde sobe, mas cai sempre de onde subiu.
citação de Francisco de Quevedo y Villegas
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Requiescat
Direi, pela noite, não ódio que tivesse
Nem detestar vida corpórea e ninhos de manha,
Mas meu alto cansaço, a tristeza de lá
Onde se sente o aqui traído, a falsa entranha.
Direi - não "fora!" ao mundo que me cinge
(Outro onde o sei e como chegaria?),
Mas dos anos de ver, pensar durando
Retiro uma moeda de nada,
Fruto do meu suor, e pago o pão que se me deve,
Compro o silęncio que se me deve
Por ter cumprido a palavra,
Trabalhado nas palavras,
E por elas merecido a terra leve.
poema de Vitorino Nemésio
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Marcelina: Não olhes nunca de onde vens e sim para onde vais.
diálogo in As bodas de Fígaro, Ato III, Cena 17, roteiro de Beaumarchais (1784)
Adicionado por Dan Costinaş
1 comentário - Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em romeno
A pior coisa sobre alguns homens é que quando eles não estão bêbados, eles estão sóbrios.
citação de William Butler Yeats
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em espanhol | Em romeno
Muitas pessoas pensam que estão a pensar quando estão apenas a re-arrumar os seus preconceitos.
citação de William James
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?
citação de Richard Wagner
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Onde todos pensam do mesmo jeito, ninguém está pensando muito.
citação de Walter Lippmann
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Às vezes tenho ideias felizes
Às vezes tenho ideias, felizes,
Ideias subitamente felizes, em ideias
E nas palavras em que naturalmente se despejam...
Depois de escrever, leio...
Porque escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...
poema de Fernando Pessoa in Poesias de Álvaro de Campos (1934)
Adicionado por Dan Costinaş
1 comentário - Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em romeno
O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.
Paulo Francis in Trinta Anos Esta Noite (1994)
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em romeno
O pássaro azul
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo, fique aí, não deixarei
que ninguém o veja.
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que
ele está
lá dentro.
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo,
fique aí, quer acabar
comigo?
quer foder com minha
escrita?
quer arruinar a venda dos meus livros na
Europa?
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
eu digo, sei que você está aí,
então não fique
triste.
depois o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra
completamente
e nós dormimos juntos
assim
com nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar, mas eu não
choro, e
você?
poema de Charles Bukowski, tradução de Paulo Gonzaga
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em espanhol | Em romeno
Farto de sua terra de Espanha, um velho soldado do rei buscou consolo nas vastas geografias de Ariosto, naquele vale da lua onde está o tempo que os sonhos desperdiçam e no ídolo de ouro de Maomé roubado por Montalbán.
Jorge Luis Borges in Obras completas, Parábola de Cervantes e de Quixote (1955), tradução de Vinícius Mahier
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em espanhol | Em romeno
Segunda Veladora: Todo este paiz é muito triste... Aquelle onde eu vivi outr’ora era menos triste. Ao entardecer eu fiava, sentada á minha janella. A janella dava para o mar e ás vezes havia uma ilha ao longe... Muitas vezes eu não fiava; olhava para o mar e esquecia-me de viver. Não sei se era feliz. Já não tornarei a ser aquilo que talvez eu nunca fôsse...
Primeira Veladora: Fora de aqui, nunca vi o mar. Ali, daquela janela, que é a única de onde o mar se vê, vê-se tão pouco!... O mar de outras terras é belo?
Segunda Veladora: Só o mar das outras terras é que é belo. Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca...
diálogo in O Marinheiro, roteiro de Fernando Pessoa (1913)
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em romeno
Não Digas Nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
poema de Fernando Pessoa in Cancioneiro
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Se a chama que está dentro de ti se apagar, as almas que estão ao teu lado morrerão de frio.
citação de François Mauriac
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Pessoas suscetíveis ? mágoa tendem a encontrar ofensas onde elas não existem.
citação de John C. Maxwell
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
Shylock: Acompanhai-me ao notário e assinai-me o documento da dívida, no qual, por brincadeira, declarado será que se no dia tal ou tal, em lugar também sabido. A quantia ou quantias não pagardes, concordais em ceder, por eqüidade, uma libra de vossa bela carne, que do corpo vos há de ser cortada onde bem me aprouver.
diálogo in O Mercador de Veneza, Acto primeiro, Cena 3, roteiro de William Shakespeare (1596), tradução de Carlos A. Núñez
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia! | Em inglês | Em espanhol | Em romeno
Onde todos pensam do mesmo jeito, ninguém pensa muito.
citação de Walter Lippmann
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
O Lavrador Assustado
Eu fui para o campo na folga que tive;
O estranho talvez riu, não cheguei a ver;
A choça, pronta pra abrigar-me de chuva;
E o livro em meu bolso foi lido sem mora.
O pássaro abrigou-se, mas logo foi embora;
O cavalo veio ver, e alegre quedou;
Ficou em silêncio e mexeu a cabeça,
Parecendo ouvir o poema que eu lia.
O lavrador talvez volte após a lida
Pensando a que tinha vindo aquele ser,
Sentado a um canto, lendo, o dia todo,
A gargalhar ao fim de cada leitura.
Outro pássaro sobrevoou, e se debruça
Onde o corvo grita feito um camponês;
A cotovia no alto me enfeitiçou,
Então sentei e me uni ? melodia.
Eu bem pude aturar o tosco campônio:
Seu louvor nada vale, sua censura é inútil;
A fama atiçou-me, e lidei todo o dia
Té os campos poderem viver no meu poema.
poema de John Clare, tradução de Luís Augusto Fischer
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
citação de Martha Medeiros
Adicionado por Dan Costinaş
Comente! | Vote! | Cópia!